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28 de jun. de 2013

Cruzeiro no Alasca: Juneau, "a mais bela capital dos EUA"

O Silver Shadow ancorado em Juneau, bem ao lado de ponto de partida/chegada dos hidroaviões
 No post anterior, eu contei que desembarquei do Silver Shadow em sua escala em Juneau direto para embarcar num dos hidroaviões cujo ponto de chegada/partida era logo ao lado para sobrevoar seu campo de gelo. Foi lindo, inesquecível, e concordo mesmo com quem diz que Juneau é mais linda vista do alto.
Parte do campo de gelo de Juneau vista no sobrevoo em hidroavião
 Juneau não tem à toa o titulo de "mais bela capital dos Estados Unidos", não. Além de deslumbrante vista do alto e do mar, a cidade é encantadora também em solo firme, caminhando por suas ruelas entre casas coloridas que parecem saídas de uma caixinha de Playmobil.
 A cidade é bem pequena e facilmente explorável a pé e por conta própria numa escala de navio. Mas é rodeada, além dos glaciares, por uma quantidade impressionante de verde e montanhas que servem de cenário para diversas trilhas e excursões oferecidas para quem fica mais tempo na cidade (Juneau, assim como Anchorage, tem também seu próprio aeroporto).
 Capital do Alasca, Juneau é também (ainda que não pareça) a 3a. maior cidade do estado. Curiosamente, fica no continente americano mas não pode ser alcançada por terra - somente por via marítima ou aérea.
O escritório de turismo da cidade fica no porto; convém dar uma paradinha para, ao menos, pegar um mapinha. A atração mais famosa do centrinho é o Mt. Roberts, um pico que pode ser alcançado por um bondinho e que tem uma bela vista de Juneau. A vista é linda, é claro (embora nada impactante depois do sobrevoo da cidade; fazer a caminhada "alpine loop" é o mais indicado para ter visão panorâmica), mas achei a subida cara (us$36 por 6 minutos de viagem) e tudo americanizado/teatralizado demais, com atores vestidos de índios recepcionando os turistas, animais exóticos, artesanato caro à venda. Aventureiros mais hardcore fazem a descida do Mt. Roberts até a rua principal, lá embaixo.
Juneau tem também, além da vista-desbunde para qualquer lado que você olhe, ótimos museus: Alaska State Museum (para entender sobre os nativos, a colonização e a corrida do ouro), Juneau-Douglas City Museum (com quiosques digitais para contar a história local e exibições sobre mineração e história Tlingit) e o Capitólio do Alasca (que pode ser visitado, inclusive com visitas guiadas gratuitas de maio a setembro. O cemitério principal (Evergreen Cemitery, onde "pioneiros" do Alasca, como Joe Juneau, estão enterrados) e a Casa do Governador (de 1912) também são atrações locais.

Essa estátua, em pleno porto, simboliza um cachorrinho cujo dono morreu mas que continuou a ir diariamente esperar por ele nos barcos que voltavam mesmo após sua morte
  A rua principal é a South Franklin St, que reúne alguns dos edifícios e casas mais antigos da cidade, hoje convertidos em restaurantes, lojinhas (inclusive várias lojinhas de, acredite, "pipoca gourmet") e um sem fim de joalherias (os americanos encaram o Alasca também como uma espécie de Caribe no quesito "comprar jóias e pedras preciosas" :/). Ali fica o Alaskan Hotel, o mais antigo da cidade, inaugurado em 1913 (e ainda guarda o bar de carvalho e as luminárias Tiffany´s originais)

 O Red Dog Saloon, também bastante "hollywoodiano", ganha fortunas com as cervejas caras que turistas consomem diariamente ali. Ambiente bastante muvucado, com clima de "piratas do Caribe" - mais negócio ir ao Tracy´s Crab Shack, também frequentado por moradores locais e paraíso para fãs de king crab.









 Outro programa legal é encarar (de carro) a rota ao Mendenhall Glacier, parte do campo de gelo de Juneau. Como muitos dos glaciares do Alasca, o Mendenhall está retrocedendo cerca de 30 metros ao ano e é possível ver largos pedaços de gelo flutuando no lago que o separa do centro de visitantes, onde fica o mirante panorâmico.
 E, em suas respectivas temporadas, Juneau também é meca para amantes da pesca de salmão (um salmão de cor bastante intensa, muito mais "escura" do que estamos acostumados) e para quem quiser observar baleias.
Ou, se você não quiser, não precisa fazer nada disso. Os arredores do centrinho são tão lindos e encantadores que já dá pra ficar extasiado só de sentar no parque em frente ao pequeno porto onde atracam os navios e observá-los. 

27 de jun. de 2013

Cruzeiro no Alasca: o sobrevoo do campo de gelo de Juneau


 Nossa escala em Juneau foi, provavelmente, no dia mais lindo de toda a viagem: um céu de azul intenso e sol muito, muito forte. A temperatura beirava os 20 graus centígrados e tinha gente tão empolgada na cidade que tomava sol em trajes mínimos sobre a grama ;)
 Assim que o navio atracou, desembarquei para o passeio que queria fazer desde muito antes de decidir pela viagem: sobrevoar o campo de gelo de Juneau, que conecta cinco glaciares principais.  Todo mundo que me falava desse passeio dizia que era um "must do". E, óia,  é mesmo ;-)
Os sobrevoos são feitos em diminutos hidroaviões e, como todos os sobrevoos que vi no Alasca, custam uma pequena fortuna ($210) para seus 40 minutos de duração. A vantagem é que todos os assentos são na janelinha :D A companhia que opera os voos por ali tem a sede logo ao lado do porto de Juneau, no mini "waterfront" da cidade.
 Os aviõezinhos (são vários) decolam e pousam o tempo todo, levando até seis passageiros cada. Reservar é aconselhável mas, como a quantidade de voos em dias estáveis é bastante grande, tinha gente chegando e comprando na hora, sem problemas.
 Após um atraso não explicado de mais de meia hora para a decolagem, entramos no aviãozinho (glupt) e levantamos voo. Dali pra frente, foi um festival de lindezas, com todos os seis passageiros com o nariz grudado nas janelinhas durante todos os 40 minutos de sobrevoo.
 Cada um recebeu um fone de ouvido para minimizar o som forte da aeronave e poder ouvir com clareza as explicações (muito boas, por sinal) do piloto sobre cada lugar/área/região que sobrevoávamos.

Sobrevoamos uma boa parte das mais de 1500 milhas quadradas do campo de gelo de Juneau. Ali avistamos glaciares de cerca de 3 mil anos de existência, alguns avançando, outros retrocedendo; incluindo o glaciar Taku, o maior dos glaciares do campo de gelo de Juneau (e, dizem, o mais profundo do mundo).

Entre um solavanco e outro, foi o voo mais lindo que já fiz. Mais lindo até que o sobrevoo do MontBlanc, que tinha batido anteriormente todos os meus recordes. Desci do avião em êxtase depois de tanta beleza. Deixo aqui um breve fotolog para quem curte ver picos nevados e glaciares. Inesquecível.














17 de jun. de 2013

Cruzeiro pelo Alasca: como foi

Já comecei achando o Alasca um arraso ainda do avião, antes de chegar a Anchorage
 No começo do mês, vocês viram que voei até Anchorage, no Alasca, EUA. E passei a maior parte do tempo desde então à bordo do navio Silver Shadow, num cruzeiro pela região. Sonhava em conhecer o Alasca há muito tempo e, pesquisando, encontrei recomendações mil de que um cruzeiro era a melhor forma de reconhecer esse estado norte-americano.
Sossego e muita luz em Anchorage
 Tirando o fato de que praticamente não fez frio (na minha imaginação o Alasca seria sempre geladinho :D), a viagem foi tudo aquilo que eu esperava: paisagens lindíssimas desfilando o tempo  todo na minha frente (fiordes, glaciares, lagos, campos de gelo, picos nevados, desfiladeiros), assim como abundante vida animal também (águias, baleias, ursos, focas, lontras).
A viagem de trem encantadora de Anchorage a Seward
 Anchorage é a maior cidade (e o principal aeroporto) do Alasca, mas tem um jeitinho de cidade pequena. Em 15minutos desde o aeroporto a gente já está no centro da cidade e, ali, dá pra fazer tudinho à pé (só precisa de táxi quem quer fazer os outlets e quetais).  Há um interessante museu e o escritório de turismo, que fica bem no miolinho da cidade, tem infos e vendas de outros passeios pelos arredores. Além do museu, o centrinho é constituído basicamente de hotéis, lojinhas de souvenirs aos montes, restaurantes, lanchonetes e até um mall. Peguei dois dias extremamente ensolarados ali, céu azul, perfeitos para bater perna (e com luminosidade o tempo todo; nem vi o céu ficar escuro de verdade por ali).
De Anchorage, tomei o Grandview Train até Seward, o mais importante porto do norte do Alasca. O Grandview é um trem que funciona somente durante a temporada de cruzeiros, ligando Anchorage ao porto (no caso do meu cruzeiro, o trajeto em trem já estava incluído no preço). Foram 4h30 de viagem (com cerca de 1h de atraso para saída) num desfile de lindezas pelas imensas janelas de vidro do trem. Vimos até um urso (beeeem ao longe) e porcos-espinho (bem pertinho) em meio à paisagem até chegarmos a Seward (tirando uma taça de espumante na chegada, o serviço na viagem era todo cobrado à parte, e fraquinho).
A cabine-delícia do Silver Shadow
 Em Seward, descemos do trem diretamente para embarcar no Silver Shadow e zarpamos logo em seguida, já com delay da programação inicial. E todo mundo se aboletou nos decks externos para ver os fiordes e picos nevados que nos acompanharam dali em diante por todo o cruzeiro.
 A primeira noite à bordo foi dura: pegamos um mar bravo (atípico para a região, segundo o capitão) e chacoalhamos bastante até a tarde seguinte - muita gente se sentiu mal e a maioria dos hóspedes aproveitou o room service incluído por 24h e sequer saiu de suas cabines nesse dia (por outro lado, foi ótimo ter restaurantes, palestras e demais atividades quase privativas :D)
 Depois o cruzeiro desenrolou que foi uma maravilha. Atravessamos beeeem pertinho dos glaciares Hubbard e Valerie, passamos pelo glaciar Sawyer, navegamos por um mar coberto de pedaços de gelo, com o navio rodeado por fiordes incríveis, focas e baleias. Tivemos dias incríveis na sequência, de céu muito azul, sol e temperaturas muito amenas (quentes, até), e fizemos escalas divinas em Sitka, Juneau, Skagway e Ketchikan, com direito a passeios incríveis em cada uma delas, de passeio de trem pela White Pass até o Canadá a sobrevoo de glaciares. Em outros posts vou contar com mais detalhes sobre os atrativos e passeios de cada uma das escalas.
Focas nadando bem ao lado do navio
O Silver Shadow chegando ao encontro dos glaciares Hubbard e Valerie
Fiordes e picos nevados do começo ao final da viagem
O mergulho da baleia










 Entre uma escala e outra compareci a palestras sobre o destino, atividades recreativas (de trívia a cooking class), tive refeições memoráveis, ri muito (o senão foi que a maioria esmagadora dos passageiros era norte-americana, mas sobrevivi :D  e fiz novos amigos também).  Para quem andou perguntando, sim, o Alasca é também um destino super kids-friendly também; e a grande maioria dos passageiros do meu navio (casais, famílias, grupos enormes de amigos, solo travelers), contrariando o que vi nos outros cruzeiros que fiz com a Silversea, era marinheiro de primeira viagem e encarava ali seu primeiro cruzeiro.

A viagem terminou somente em Vancouver, já no Canadá, numa linda manhã de quase verão, contrariando todas as previsões de chuva, uma delícia.
Tremenda viagem. Nos próximos posts eu conto mais ;)