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1 de nov. de 2012

O "dia de muertos" no Equador

As "guaguas" em versão mais "simplinha" aqui...
 Se para nós o dia 2 de novembro é, por definição, um dia triste, de se "chorar" a perda dos entes queridos (ainda que hoje a maioria esteja mais interessada em fugir para a praia mais que qualquer coisa :D), sabemos que em outras culturas, como a mexicana, trata-se de um dia de festa alegre, de celebração. Pois no Equador também. Ali, o dia 2/11 é também feriado, mas com o propósito de que todas as pessoas possam se reunir com suas famílias para festejar - sim, festejar! - a passagem de seus parentes, amigos e queridos para um outro plano.
... e em versão mais "cuti cuti cuti" aqui ;)
 As duas coisas que não podem faltar nessa mesa animada, com muita música e risos (segundo eles mesmos dizem), são a colada morada e as guaguas de pan.  A colada morada é uma bebida fermentadinha à base de frutos vermelhos; espessa, a gente toma igual uma sopinha, de colher, e ela pode ter mais ou menos pedaços de frutas variadas nesse caldo. Já as guaguas de pan são bonequinhas feitas de massa de pão e recheadas com diferentes tipos de cremes (figos, confeiteiro, laranja, ao gosto do freguês) para serem comidas junto com a colada morada. Dizem que o ritual por excelência é molhar a cabeça todinha da boneca (guagua, em quechua, significa bebê) na colada e só então começar a comer.
A espessa colada morada servida como uma sopinha, com frutas picadas dentro...
... e aqui em close
 Como as padarias e cafés já começam a vender tanto as guaguas quanto a colada uma semana antes do feriado, eu tive a oportunidade de provar ambas - particularmente, achei a colada muito doce, só consegui tomar um pouquinho; já as guaguas são deliciosas para fãs de pães em geral como eu :)
Receita de Colada Morada pregada na parede de uma banca de frutas do Mercado de Quito
Dizem por lá que quem recebe a família para a data sempre decora a mesa com muuuuuuuitas guaguas e cozinha panelaços, naquele estilo talho mesmo, de colada morada para ser  consumida durante todo o dia. Os de raízes indígenas fazem essa reunião nos próprios cemitérios, montando mesas literalmente sobre os túmulos, de modo que os que se foram também participem da grande festa cheia de música e conversas - deixando também uma "cota" de pão e bebida para os mortos antes de partir.
Bem interessante.

13 de ago. de 2012

Comida de rua em Nova York

Imagem: Lu Betenson
Por falar em Estados Unidos, aproveito para recomendar também a leitura da excelente série de posts que Lu Betenson, do Rosmarino e outros temperos, está fazendo sobre comida de rua em Nova York.
Os posts são tão detalhadinhos que ela não só lista os lugares nos quais comeu comentando o que comeu, o que achou e postando fotinhos sobre cada um deles, como ela também publicou uma introdução bacanuda sobre o assunto para explicar, antes de mais nada, o que são as comidas de rua mais típicas da cidade (tem até diferença entre food carts e food trucks!). Leia, leia, leia.
Só uma pré-recomendação: vai dar fome ;)

11 de abr. de 2012

Carcassone e o Cassoulet

A entrada para o Chateau
 Se a gente parar pra observar, Carcassone e Cassoulet guardam até uma certa similaridade nos nomes, né? O fato é que em Carcassone quase todo mundo fala o tempo todo sobre Cassoulet. Todos os restaurantes da cidade, seja na parte nova ou antiga, oferecem esse que é o prato típico mais emblemático da cidade e da própria região Languedoc. E um dos lugares mais emblemáticos para saboreá-lo é o restaurante de Jean Claude Rodriguez, um dos fundadores da confraria que corre parte do mundo anualmente para promover internacionalmente (!!!) o cassoulet (L´Academie Universelle du Cassoulet, que criou a rota gastronômica do cassoulet).

 Rodriguez comanda o belo Chateau St Martin, onde funciona seu restaurante que virou uma espécie de "símbolo da resistência do Cassoulet" :-)))) Ali explica-se que o cassoulet é um prato que data do século XIV, reminiscente da guerra dos cem anos. Para sanar as muitas dúvidas sobre onde exatamente o prato teria surgido, o chef Prosper Montagné teria dito em 1929: "God the father is the cassoulet of Castelnaudary, God the Son that of Carcassonne and the Holy Spirit that of Toulouse" :-)

 Para almoçar ali (o cassoulet vale 21 euros por pessoa, mas há também opções de menu fixo e outros pratos à la carte) - sim, porque o cassoulet é um prato ainda mais pesado que a nossa feijoada, então fortemente não recomendado para o jantar! - é melhor fazer reserva.
A entradinha light, de ovo e aspargos, é só o pano de fundo para o...
... mis-en-scene de servir o cassoulet que vem na sequência :-)
  Rodriguez é um apaixonado pela gastronomia (ele diz sempre "culinária é minha religião") e é super metódico no preparo do prato; ali é servido o "cassoulet à l´ancienne", com os feijões brancos originários de Mazères mesclados a presunto, carne de porco (incluindo o pé) e mais diversos embutidos. O toque local "carcassonense" fica por conta de pedaços de confit de pato.
O cassoulet é servido sempre em grandes caçarolas como essa
E aqui já servido no prato
Close no cassoulet
Até o simpaticíssimo Rodriguez (à frente, de branco) aparece no salão principal para dar um alô aos clientes após o almoço
Depois do almoço, aproveite a linda propriedade do castelo para descansar, caminhar um pouquinho e tomar um café antes de continuar viagem ou retornar para seu hotel para uma boa siesta; que depois de tanta comilança, o cassoulet ainda ficará na memória (inclusive do seu corpo) por um bom tempo :-))))))))))

4 de dez. de 2011

Facal: o rei dos chivitos

Dá-lhe fome pro chivito!
 Reza a lenda que uma viagem a Montevidéu não é uma viagem se não incluir o consumo de ao menos um chivito, o lanche mais tradicional (e gigante) do Uruguai. A bem da verdade, tem chivito à venda em quase todo canto, da versão clássica (carne com alface, tomate, presunto, queijo e bacon) a outras mais incrementadas, com nomes distintos em cada estabelecimento.
A "fuente del Facal" que virou uma típica fonte dos amores
 Ao contrário do que o nome sugere, o sanduíche é feito de carne de vaca e não de carne de cabrito. E o lugar mais tradicional para consumi-lo na capital uruguaia é o Facal, um restaurante simplão instalado bem no centro de Montevidéu há mais de 70 anos. Ali, por 220 pesos (mais ou menos 22 reais), você come um gigantesco Chivito Clasico da casa, com maionese caseira, bem saboroso.
Os cadeados das parejas enamoradas
 Mas vale mesmo pelo ambiente: o lugar é super tradicional na cidade, então quase todas as mesas são tomadas por senhores e senhoras uruguaias que frequentam a casa há meio século, cheios de histórias. Na rua, bem em frente ao restaurante, costumam rolar showzinhos express de tango durante o dia. E também em frente à casa fica uma réplica da fonte de Julieta, em Verona, que o dono comprou em Guadalajara, no México. A dita cuja da fonte fez tanto sucesso que não param de aparecer cadeados com juras de amor na grade que a circunda (um monte de gente entra no próprio Facal pedindo por um cadeado!)
O garçom Gonçalo, figuraça do restô
Fomos atendidos por um garçom gente finíssima, verdadeiro personagem - o Gonçalo Farias, um uruguaio casado com uma carioca e fanático pelo Brasil. Fala um português carioca perfeito, se refere aos homens como "e aí, chefe?", responde com um "demorô" quando você pede alguma coisa e ainda manja muito da história da cidade, cheio de causos. Figuraça.
Um dos melhores sorvetes de doce de leite ever
O chivito é gostoso e um almoço reforçadíssimo, mas não saia de lá sem provar o sorvete de doce de leite divino (70 pesos, cerca de 7 reais) feito ali mesmo.