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27 de mai. de 2013

Orlando para iniciados: um dia em Winter Park

 Mesmo sendo uma marinheira de primeira viagem em Orlando, acho que o que mais gostei da viagem toda foi justamente o que a maioria dos turistas acaba vendo somente numa segunda ou terceira visita. Um dos grandes highlights da minha semana por ali foi justamente o dia que passei em Winter Park, o bairro nos subúrbios de Orlando que mais parece uma cidadezinha parada no tempo. Ali, as ruas são mais estreitas, as calçadas são largas e cheias de gente de todas as idades caminhando, o trânsito bem mais tranquilo e as faixas de pedestres são abundantes, as quadras são pequenas e repletas de lojinhas, restaurantes e cafés de nomes desconhecidos.
 Winter Park ganhou esse nome porque, originalmente, foi formado por moradores da região norte dos EUA que migraram para lá em busca do clima quente da Flórida, fugindo dos invernos rigorosos em suas cidades natais. Acabou virando a mais antiga comunidade da Flórida central, fundada nos anos 1800.
 Para quem não sabe, além de parques, shoppings e campos de golfe, Orlando tem também inúmeros lagos; e Winter Park fica bem na congruência de vários deles. Nos últimos tempos, o bairro andou ficando famoso também pela gastronomia, com restaurantes locais aparecendo entre os queridinhos de muita gente, inclusive celebrities (como o ótimo Park Plaza Gardens, de boa comida, bom atendimento e ambiente gracinha; e tem menu especial de almoço).

 A Park Avenue (chamada nas publicações americanas comumente de "Orlando´s Ocean Drive) é a grande artéria do bairro. Nela e em todas as perpendiculares a gente encontra motivo de sobra para um belo footing: um monte de galerias de arte contemporânea super descoladas, lojinhas de todo tipo (de roupas de jovens estilistas e marcas próprias de perfumaria a lojinhas de decoração no estilo "mais kitsch impossível"), cafés  fofos, chocolaterias. E as casinhas ainda têm uma arquitetura toda particular, com fachadas de tijolos, uma graça.


 Ali fica também o adorável Charles Hosmer Morse Museum of American Art que tem, entre outras muitas coisas, o maior acervo das obras de Louis Comfort Tiffany em jóias, cerâmicas, pinturas e, claro, vitrais, janelas e até um altar de igreja completinho trasladado até ali - absolutamente impressionante o trabalho que ele conseguia fazer com vidros coloridos, sem pinta-los ou tingi-los, criando figuras, cenas, retratos.


 Outro programa diferentão é entrar num dos tours de barco pelos lagos, oferecidos pela Scenic Boat Tour de hora em hora. Por US$12 por pessoa (US$6 para crianças), a empresa cujo pier está no lago Osceola (a cinco minutinhos da Park Avenue) oferece tours todos os dias atravessando os sete lagos e dois canais do bairro, por entre mansões, palmeiras, ciprestes, flores, a Rollins Arts College e até um crocodilo que dá as pintas por ali ocasionalmente. O passeio guiado é um pouco arrastado e o humor dos americanos, sabemos, pode ser um pouco raro :D  mas as crianças costumam curtir muito.



 Para os maiores de 18 anos, o fecho perfeito para um dia de passeios por Winter Park é o adorável The Wine Room. Quem curtiu a dica do Bocanáriz de Santiago certamente vai adorar essa também. O estilo é bem parecido: ali você pode comprar uma infinidade de rótulos de vinhos,  champagnes e alguns destilados; nos fundos, vendem queijos, frios e um ou outro quitute. Mas a grande vedete da casa são os 150 rótulos de vinho de diferentes uvas e dos cinco continentes disponíveis para degustação em máquinas vinomatic. Tem gente dia e noite se divertindo nessa "árdua tarefa" por ali; e a casa fica literalmente lotada durante a happy hour. Funciona assim: ao entrar, você pede para comprar um cartão para degustação, que pode ser carregado com qualquer valor múltiplo de 5, desde US$5. Você insere seu cartão numa das máquinas, escolhe o vinho que quer beber e é só pressionar o tamanho da dose que deseja (degustação, generosa ou taça cheia).


Há degustações de todo preço porque, é claro, existem vinhos de todo preço, dos chardonnays californianos aos brunellos (taças desde US$1,50). Se acabar seu crédito, pode carregar mais, é claro; se sobrar, pode guardar para usar num outro dia. E quem não bebe vinho pode usar o mesmo sistema para tomar água, cafés, refris etc.
Dia perfeitinho. 

19 de mai. de 2013

Hotel review: Charles Inn, Niagara-on-the-lake, Canadá

O quarto Magnólia, onde eu dormi
 Nos curtos e chuvosos dias em Niagara-on-the-lake, utilizada como base para explorar as vinícolas da região, fiquei hospedada no Charles Inn, um dos muitos hotéizinhos e bed´n breakfasts da cidade.

 O hotel ganhou o Travelers´Choice do Trip Advisor Canadá desse ano e é recomendado pela Conde Nast Johansens. A casa é bem antiga - de 1832! -, daquele tipo que o chão de madeira, portas e escadas rangem conforme a gente anda, e o mais legal dela é que os quartos, profundamente desiguais na metragem e na disposição de cômodos, são também completamente diferentes entre si no estilo e na decoração, e cada um foi batizado com um nome (gosto é gosto, mas vale dizer que achei outros quartos que vi mais interessantes que o meu).

O corredor onde o café da manhã é servido
 O serviço é fraquinho mas a localização é perfeita: bem na rua principal, com o mais antigo campo de golfe da América do Norte logo atrás, e a 3 quadras do lago (e Niagara River Recreation Trail, um caminho cênico margeando o rio bom para caminhar/correr/pedalar, fica pertinho também).
Como é pequenininho - são apenas 12 quartos - não tem facilidades como fitness center ou jacuzzi; mas tem convênio com um spa próximo (o Shaw Spa) e internet grátis.
A fachada...
... e a porta da entrada em close
Conta com restaurante próprio para quem quiser ficar para almoçar e/ou jantar e o café da manhã (sempre incluído; diárias desde CAD 165) é servido num adorável corredor envidraçado. 

18 de mai. de 2013

Mais do Canadá: a Niagara das cataratas e vinícolas

 Depois dos meus dias em Toronto, fiz uma esticadinha a Niagara, também em Ontario, que está entre os destinos mais visitados de todo o Canadá. Mas não fiz apenas um bate-e-volta para ver as cataratas, como a maioria dos turistas faz; visitei as cataratas e depois me mandei para a fofa Niagara-on-the-lake para usar a cidade como base para explorar as deliciosas vinícolas da região.
 Ir em trem é fácil: você embarca na bela Union Station e desembarca diretamente na estação Niagara Falls (quem viaja carregado tem que tomar cuidado que há limite de peso - 20kg -  e tamanho para as malas, e há conferência antes do embarque). Dali é preciso tomar um táxi, alugar um carro ou agendar um transfer com o hotel (para quem vai ficar hospedado na região).
 Quem vai só passar o dia, pode contar com o excelente sistema de transporte local WEGO - são ônibus que circulam em diferentes rotas turísticas por ali (com várias paradas, que vão de diversos hotéis a atrações, outlets e até cassino) por um preço excelente: 7 dólares canadenses por 24h (ou 11,50 por 48h), mão na rodíssima!

 A grande atração, é claro, são as cataratas. Na Table Rock fica o complexo de atrações envolvendo as mesmas, com mirantes, a "jourey behind the falls" (para você ter a sensação de estar "atrás" das cataratas e ver de perto a força das águas) e a uma "experiência 4D" (recomendável apenas para quem vai com crianças). E daí lojinhas, restaurantes, fast food etc. No dia que eu fui chovia muito (muito mesmo), então foi bom ter para onde escapar ali :D  Mas quem não quiser entrar no complexo pode ver as cataratas (inclusive o lado americano, de longe) de vários pontos nas laterais da Table Rock. Em dias bonitos saem os passeios de barquinho que chegam bem perto da queda d´agua e os disputados passeios em helicóptero (todos cancelados no dia da minha visita devido ao mau tempo :( )

"Por trás" das cataratas nos túneis do "journey behind the falls"
 As cataratas são lindas, é claro - mas menos impressionantes que as brasileiras. O melhor programa da região, para mim, é rumar à fofíssima e romântica Niagara-on-the-lake e passar um final de semana (ou dupla de dias de escapada) curtindo a vibe sossegada da cidade e visitando as vinícolas da região (para ir às vinícolas, vcs sabem, se-beber-não-dirija. Melhor acertar um táxi com o hotel, contratar um dos tours sempre oferecidos nas recepções do mesmo ou agendar antes já um full day com uma das empresas especializadas dali, como a Niagara Airbus).
 Niagara-on-the-lake é daquelas cidades com jeitinho de esquecidas, paradas no tempo. Estava bastante frio e chovendo e ainda assim achei encantadora. Ruazinhas regulares, com as quadras todas uniformes, quadradinhas, quase sempre do mesmo tamanho, cheias de hotéis pequenininhos em casas de madeira ou com jeitão colonial, lojinhas de coisas para casa e guloseimas, cafés, um encanto. Ali também fica o mais antigo campo de golfe da América do Norte e os passeios em charrete são super comuns. Segura e gostosa de andar dia e noite (e com várias vinícolas legais no entorno).







A grande estrela das visitas às vinícolas é a produção do icewine, é claro, super comum na região. Mas recomendo muito que as degustações não fiquem restritas a esse tipo de vinho: Niagara produz também ótimos brancos e tintos, incluindo Pinot Noir e Cabernet Franc, que gosto muito.
Durante os dias que fiquei por ali, visitei a Vineland Estates, a bela Peller Estates (excelente restaurante, a propósito! recomendo muito ficar para almoçar ou jantar),  as mais comerciais Jackson Triggs e Trius e a Inniskillin, que é a mais conhecida pelos brasileiros quando se trata de icewines (tem a melhor degustação de icewines na minha opinião, harmonizada com chocolates e doces, e uma bela propriedade).

Durante uma das visitas, vi um grupo de americanos almoçando literalmente imersos no mundo dos vinhos ;)
 Seja qual for o caso, convém sempre agendar as visitas às vinícolas antecipadamente para não ter nenhuma surpresa. Mas ninguém fica sem visita, não; no verão tem vinícola com visita e degustação guiada a cada 5 minutos (!!!) e, mesmo no inverno, as visitas acontecem regularmente ao longo do dia, em diferentes idiomas na maioria delas (algumas só têm em inglês). O legal de se informar bem antes é que algumas delas oferecem visitas com degustação de diferentes tipos e outras também oferecem wine pairing para quem fica para almoço ou jantar, com menu degustação, a preços bem interessantes (gostei muito do da Peller, como mencionei acima).


Degustação de icewine com doces e chocolates
Vale informar-se também sobre os frequentes eventos relacionados ao mundo do vinho (a grande estrela local, é claro) ao longo do ano. Em maio agora, por exemplo, acontece o popular Wine´n Herbs - com um ticket de 43 dólares do evento é possível visitar (affemariasantíssima) 43 vinícolas conveniadas.
Olha a noiva ;)  (e decotadinha no frio e sob a chuva)
A Starbucks tinha vibe de casinha do Playmobil ;)
Além das que mencionei acima, há uma centena de outras vinícolas por ali; fãs de vinhos podem bem passar uma semana inteira entre Niagara-on-the-lake e arredores que não cairão no tédio ;)
Região gracinha; quero muito voltar para passar uma semana, naquela vibe Mendoza, sabe? 

14 de abr. de 2013

Wine safari em Stellenbosch

O carro que leva os turistas pelo wine safari estacionado em frente à entrada da propriedade
 África do Sul me lembra, antes de qualquer coisa, safáris e vinhos. E a ordem dos fatores na lembrança não altera o produto :D  Foi por isso mesmo que achei muito acertada a ideia da Waterford State de oferecer a quem a visita a possibilidade de fazer, além dos tours/degustações tradicionais, um "wine safari".
Espumante com simpatia para abrir os trabalhos
 A atividade é bem bolada: a gente anda por toda a propriedade numa Land Rover tipicamente usada nos game drives sul-africanos, abertinha igual e da mesma cor. Mas o pulo do gato é que a gente não somente percorre grande parte da propriedade de 120 hectares, rodando por estradinhas de terra entre os vinhedos por mais de duas horas, como, ao longo do trajeto, fazemos paradinhas estratégicas cheias de charme para degustar os três vinhos propostos para a atividade.
Depois de visitar a parte de produção e armazenamento dos vinhos...
... passamos ao safári propriamente dito
 As degustações acontecem em charmosas mesas de madeira para picnic, devidamente guarnecidas de toalha, taças e petiscos (salames, queijos, castanhas etc), à sombra de alguma grande árvore.  Quem guiou nosso passeio, numa tarde linda e ensolarada de março, vejam só, foi o próprio Kevin Arnold, o super winemaker que é um dos sócios da Waterford - devidamente acompanhado de seu cão, é claro. A Waterford, que fica aos pés da montanha Helderberg, em Stellenbosch, optou por utilizar apenas metade de seu território para plantar vinhedos a fim de preservar a flora e a fauna naturais da região de Blaauwklippen, o que deixa a paisagem ao longo do passeio ainda mais bonita.

  A vinícola é relativamente nova, fundada em 1998, quando a família Ord comprou aquela que havia sido a primeira vinícola (Stellenrust Farm) de Stellenbosch. Chamaram, então, o casal Arnold para criar os produtos que oferecem hoje.

A mesa da primeira paradinha sendo preparada...
... e o winemaker (e gato) Kevin Arnold em ação em frente...
... e verso - se liga na camiseta do cara!
 Os tours regulares acontecem diariamente em vários horários mas os wine safaris podem ser feitos por um máximo de 10 pessoas e necessariamente reservados com antecedência. O valor não é barato (são 500 rands, quase 50 euros por pessoa), mas vale o investimento por ser passeio para uma tarde inteirinha e oferecer vinhos premium para degustação.

Nosso fiel companheiro de jornada pela vinícola ;)

Para entender bem sobre o terroir
 Acha too much? Então fique, ao menos, com a degustação de vinhos harmonizada com chocolates, que também ficou famosa por lá. São 3 vinhos e 3 tipos de chocolates diferentes para serem saboreados sem pressa, nessa combinação de sabores que, já sabemos, é das mais bem sucedidas do planeta ;) A degustação, criada por Kevin Arnold e o chocolatier Richard von Geusau, inclui chocolates ao leite e amargo para serem degustados com Shiraz, Cabernet Sauvignon e vinho de sobremesa. Ela pode ser feita à parte, isoladamente, mas também está incluída no valor do wine safári.
Vinhos com chocolate ao final do tour
Delícia de passeio.