4 de mai. de 2007

Ano sabático - o mundo pode ser seu?



Nos Estados Unidos e em vários países europeus essa é uma prática bastante comum, mas aqui ainda gera muitas controvérsias. Por mais que se ame viajar e as viagens estejam cada vez mais acessíveis a um número cada vez maior de gente, fica sempre aquela dúvida: será que vale a pena eu largar tudo pra ir? Será que quando eu voltar arrumo outro emprego pra poder continuar viajando? A filosofia de viver viajando ainda é muito nova e restrita no Brasil. Aliás, se pensarmos bem, até a história dos intercâmbios é muito nova por aqui. Em outros países, já é tradição, ao terminar o high school ou seu equivalente, o jovam ir estudar num outro país ou sair pra mochilar pelo mundo. Pouco dinheiro no bolso, pouca roupa na bagagem e uma vontade enorme de "desbravar o mundo". A filosofia do mochilão também não faz tanto tempo que chegou no Brasil, e normalmente acontece bem mais tarde - quando o brasileiro termina o ensino médio, já tá desesperado por uma vaga nos vestibulares mega concorridos e nem tem cabeça pra pensar nisso. Ou os pais não deixam. Ou até pensa, mas nem fala, pra não ser taxado de vagabundo...

O fato é que a história do ano sabático ainda é um tabu em terras tupiniquins e grande parte das empresas não vê mesmo com bons olhos essa idéia. Não que quem parta para um ano fora não encontre emprego, mas é que difilmente arruma uma licença e consegue voltar pro mesmo cargo que ocupava antes. Difícil, muito difícil, embora seja uma idéia que esteja acometendo cada vez mais pessoas no país, especialmente na casa dos 30. Com a história dos casamentos e dos filhos ficarem cada vez para mais tarde e a realização profissional acontecer mais cedo, tirar um ano sabático passa mesmo pela cabeça de muita gente hoje. Passar um ano só viajando em inúmeros países. Ou passar um ano vivendo num único país. Ou passar um ano só estudando, seja um MBA, um curso de línguas ou um curso para puro prazer pessoal, como vinhos, gastronomia ou moda. Todo mundo sabe que viajar é uma delícia e que a experiência de morar fora é das mais interessantes pra chacoalhar nossos pensamentos. Mas daí vêm as pulguinhas... será que vale gastar tudo que eu economizei e arriscar meu pescoço? E se o dinheiro acabar antes e eu tiver que voltar em alguns meses, sem ter feito tudo o que planejei? E se eu tiver que me arriscar num sub-emprego lá fora pra me manter quando aqui eu tenho um emprego bacana, que me paga bem? E se quando eu voltar eu demorar muito pra arrumar um emprego ou nunca mais conseguir alguma coisa parecida com o que já tenho? E se... e se... e se... É, realmente, acostumados a tantas instabilidades políticas e financeiras, os brasileiros impõem tantos "ses" a esse desejo que acabam deixando a idéia pra trás, enquanto para algumas pessoas de outras culturas o ano sabático é um período natural da vida - e existem até empresas que incentivam esse tipo de comportamento.

Essas são questões e decisões extremamente pessoais. Muita gente tem vontade mas diz que não tem um emprego tão ruim assim pra jogar tudo pro alto - nem um tão bom pra nem cogitar essa idéia. A resposta depende de muitos fatores, e não necessariamente nesta ordem: vontade pessoal, reservas financeiras, apoio dos amigos/parentes/cônjuges, prioridades pessoais, plano pessoal, plano de carreira...

Como diz aquela música da Marina Lima: "agora descubra de verdade/ o que você ama/ e tudo pode ser seu/ (...)o mundo pode ser seu". rsrsrs

19 comentários:

Anônimo disse...

Hummm... complexo... iria fácil, fácil, se estivesse deixando meu emprego em prol de um bem maior, tipo um MBA. Mas largar tudo pra curtir um ano de "enriquecimento pessoal" e dolce far niente, no.

Anônimo disse...

oi, tô entrando pela primeira vez no blog por intermédio da Erika e tô achando um barato. Sou fissurada nessa idéia de ano sabático, tenho mil planos na minha cabeça... e também muitas dessas "pulguinhas" q vc falou rsrsrs Falta um planejamento maior e, pra mim, acima de tudo, coragem.

Anônimo disse...

Mari..vc tem razão sobre esse assunto que ainda não é explorado aqui no nosso país. Muita gente pensa que estudar fora, ou morar fora pode ser uma solução pra vida toda. Eu particularmente acho isso muito complexo, acho que temos que ter o pé no chão pra certas decisões, não deixaria meu emprego hj pra viver viajando e estudando pelo mundo e depois voltar não ter emprego.
Tenho muitos amigos que fizeram isso, estudaram fora, moraram e hj eles não tem um emprego que eles estejam satisfeitos e outros ainda estão desempregados, conheço só dois amigos que fizeram faculdade e MBA nos EUA e hj ocupam cargos de chefia numa multinacional da minha cidade.
Aqui no Brasil, infelizmente essa cultura não abriu as cabeças de muitos, não tem incentivo nenhum, é sempre arriscado tomar uma decisão dessas.
Agora eu gostaria sim, tomo como exemplo vc e seu marido, que estão viajando pelo mundo, sempre se programando, já fizeram cursos e qdo voltam estão com seus empregos normais. Assim eu acho que vale a pena com ctza.

Unknown disse...

Com certeza um ano sabático é uma experiência memorável e ultra proveitosa. Com minhas experiências de "alguns" anos sabáticos conclui que vale a pena se for com um belo propósito e estou súper de acordo com a Erika. Acho que para largar tudo aqui e mergulhar no mundo, é necessário um motivo muito forte ou algo que gere um benefício concreto, como por exemplo uma pós, um curso, etc....

SANDRA FERREIRA disse...

Bem que eu queria passar um ano viajando!!! Claro que este sonho não cabe em nossas (da minha família) vidas, pelo menos ainda...Gostei muito do seu blog, conheci através da comunidade da VT. Também fiz um blog, você está convidada a dar uma espiada se quiser http://sandraeflavios.blogspot.com/

SANDRA FERREIRA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gente, nunca tinha parado pra pensar sobre isso, embora já tenha tipo vontade de jogar tudo pra cima várias vezes. Vou começar a relfetir sobre o assunto...rs

Anônimo disse...

Boa tarde,
Meu nome é Filipe, tenho 23 anos, a primeira vez que ouvi falar sobre sabático foi quando achei no banco do ónibus uma revista de negócios que falava sobre o assunto! achei muito interessante o e resolvi colocar em pratica! a grande questão foi o aval da família que pegou bastante no meu pé. Tenho certeza que vale e valerá muito a pena fazer uma viagem como essa, enriquece muito o ser humano num modo geral!

Anônimo disse...

To justamente pensando nisso nos últimos 6 meses . Por que será que isso acontece n casa dos 30 anos ...faço 30 próximo mês,
Mas o fato é que ando matando minhas pulgas..,sonto que to bem próximo dessa decisão...acho que vo gostádaqui a 30 anos de não ter desistido nessa época !!!
Algue, conhece alguém que já fez ? Brasuca ?

Mari Campos disse...

Marco, conheço, sim, gente que tomou essa decisão. Várias dessas pessoas são do Brasil, todas elas muito diferentes entre si, e rumaram para destinos igualmente diferentes. Tem quem tomou a decisão aos 30, mas tem também quem tomou essa decisão aos vinte.É mesmo algo extremamente pessoal. Boa sorte!

V for Verônica disse...

Olá a todos!

Quase ñ li o blog, mas já sinto q vou gostar daqui.

Como trabalho, viajo intensamente me minhas férias, e, como sou nova, faço uso de todo meu pique trotando por diversos países nos meus 30 dias (39 com uma boa choradinha)de "descanso".
Já fiz 5 países em um mês (2 vezes) e em setembro de 2006 fiz 8, neste acompanhada de um amigo.
Como provavelmente estarei entre empregos ano que vem, pretendo seguir num sabático de 6 meses, podendo se estender a um ano. Sinto o cheiro da viagem chegando e espero que isto tenda pra melhorar minhas possibilidades profissionais na volta. E, certamente, procurarei algo na área de turismo.
Deixo meu e-mail para que me dêem algumas orientações de sabático no q se refira a roteiro e burocracia. Gosto de falar sobre isso. Me faz muito bem. Sou pelo lado mais desconhecido. Quero muito seguir Pela transiberiana e de lá visitar o norte europeu, península escandinava, dinamarca, ainda ñ fui a holanda, belgica, luxemburgo...

Sorte pra todos!


V for Verônica
veronicafs_8@hotmail.com

Guy Fausto disse...

estou indo em abril de 2008!!
brasil inteiro!
alguem vem comigo? ou vão esperar pelo "MBA"??

Anônimo disse...

Olá, Mari Campos.

Cheguei aqui através da comunidade do VnV e ainda estou só começando a explorar seu blog! Tem muito recheio!!! :D

O blogger sempre me dá trabalho para comentar, mas não podia deixar de escrever neste post! Estou vivendo meu sabático, pós-faculdade. Estou amando!

Vamos ver como será depois, mas confio que vai dar tudo certo!

Abraços,
Carla Castro

Anônimo disse...

Olá, estou planejando meu ano sabático, na verdade não sei quanto tempo ele vai durar. Tenho mil planos, roteiros, estou lendo e me informando. O mais difícil é coragem pra largar tudo. Parece que tenho umas correntes(imaginárias) a me prender.As vezes penso em largar tudo, outras tenho medo. Falta ação, acho que o primeiro passo é o planejamento, pelo menos já estou nesta energia.
Beijos a todos
Pati Márcia

Unknown disse...

Acho muito interessante essa idéia do ano sábatico, até mesmo porque é biblico, no meu caso, eu estou mesmo precisando fazer um sabático, não que eu esteja muito atarefada, pelo contrario, eu me aposentei do serviço publico, por que adqueti o direito, e, já não tava mais entusiasmada com os resultados das politicas publicas implementadas pelos governos, enfim, to necessitando da uma reviravolta na minha vida talvez me dedicar ao voluntáriado, sei lá, tenho que me encontrar. Só não quero o ócio pelo ócio. Noemi

Anônimo disse...

Olá Mari! Realmente eu vivi não somente um mas vários anos sabáticos em minha vida, rs, nunca me arrependi nem tive medo de me arriscar fora do Brasil em empregos nem sempre tão bons. Mas nisto tudo sempre procurei me destacar e fazer de minha vida algo apaixonante. Quando estou em casa falta algo, quando viajo sinto que tenho tudo que mais me motiva, descobertas, cheiros e sabores, lugares e pessoas incríveis, amo muito tudo isto. E pretendo viver sempre assim com um pé em casa e outro no mundo, mas não sou hippie nem outra coisa parecida, alias sou até um rapaz bem "certinho" aos olhos dos empregadores mas meu coração sempre está longe por isto vivo em busca deste algo que me liberta e faz a vida ter sentido, o pior de tudo é que não posso manter esta vida de viagens sem longos períodos de estagnação em empregos simplórios e sem graça. Mas não desisto chego lá...Abraço

rafael maia disse...

gosto muito de viajar é uma sensaçao de liberdade incrivel eu acho que posso me chamar de muchileiro procuro uma garota que pense com eu e queira viver no mundo. email maquinascielobrasil@hotmail.com

rafael maia disse...

gostaria de encontrar um garota pra viver viajando comigo

Anônimo disse...

Bem este semre foi meu maior sonho,viver viajando pelo mundo ,conhecer otras culturas, outras pessoas,expandir a vida,pois alem do que convivemos no cotidiano exista um mundo ,cidades ,pesssoas ,culturas que nao conhecemos.Tenho certeza que vale a pena pra quem pode e tem condiçoes,com certeza vale a pena.