18 de jun. de 2009

As pracas europeias


Adoro viajar à África e à Ásia; são culturas tão diferentes, tão impressionantes, que sempre voltamos mexidos. Mas confesso que depois de uma semana agitada no Marrocos, onde mulheres ocidentais sozinhas não são, digamos, muito bem vistas, adorei colocar os pés outra vez na minha boa e velha europa. E se tem uma coisa que eu amo quando viajo à Europa é o amor que os europeus têm por suas praças. É nelas que todos eles se encontram, em praticamente qualquer país do velho continente: tribos diferentes, moradores, turistas, executivos, velhinhos, turmas de amigos, casaizinhos de namorados... todo mundo parece estar numa praça, o tempo todo. Dia e noite. E eu morro de inveja.

Sim, inveja; aquela inveja boa, é claro. Porque no Brasil não temos essa cultura de praças, sobretudo nas cidades maiores. As praças brasileiras acabaram ficando meio mal vistas em geral; se resolvermos tomar sol lendo um livro ou mesmo fazer um belo piquenique numa de nossas praças, já somos olhados às esgueias pela maioria. E aqui na Europa é tudo muito diferente nesse sentido.


Estou agora na Espanha e os espanhóis, assim como muitos outros povos europeus, realmente sabem utilizar bem suas praças. As praças aqui são ponto de encontro de amigos, namorados, casais, famílias inteiras com suas crianças vestidinhas iguais. Todo mundo se encontra o tempo todo para ver a vida passar, ou para discutir política, ou fofocar, ou para comer, ou beber, ou simplesmente tomar um solzinho, respirar ar puro. Verdade. Bastou o dia ficar mais bonitinho que vai todo mundo tomar sol nas praças e parques; nem precisa ter sol mesmo, nem estar muito calor. Celebram a vida o tempo inteiro. Pode ser de manhã cedo, na hora do almoço, um intervalo rapidinho do trabalho, a hora da siesta, uma pausa antes de voltar pra casa no final do dia ou local de reunião de turmas de amigos altas horas da noite ou madrugada. Ou pode ser, simplesmente, para alguns, uma tarde inteira de ócio e prazer, lendo um bom livro na sua própria companhia. Um verdadeiro luxo, isso sim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mari, eu também adoro o ambiente das pracas europeias!
Bjs
Carmen