5 de jul. de 2012

Santo Sospir: a genial casa de Cocteau em Cap Ferrat

Na primavera de 1950, Francine Weisweiller convida Jean Cocteau para passar uma semaninha em sua casa em Cap Ferrat.. A mansão, com vista para a baía de Frenche sur Mer, tinha sido construída no pós Guerra e adquirida por Francine e seu marido Alec logo em 1946 como casa de veraneio. O caso é que a visita de uma semana acabou se estendendo quase que indefinidamente: Cocteau acabou vivendo anos e anos ali, na Villa Santo Sospir, também conhecida posteriormente como "a vila tatuada", justamente por causa dele.
Um dia, enfadado, Cocteau resolveu pintar uma das paredes da casa para Francine. Depois, estimulado também por Matisse (que teria dito "se você decora uma parede, decora todas") e pela "competição" com Picasso, realizou o sonho de qualquer criança: ganhou aval para decorar a casa todinha com seus desenhos. E levou a cabo a missão, é claro.
A visita a Santo Sopir é genial, conduzida com maestria por um dos funcionários de Francine (agora a filha dela é quem frequenta a casa durante o ano) que está na família há 20 anos. Ele não só explica cômodo por cômodo e desenho por desenho enquanto nos apresenta a casa como conta toda a história que está por trás disso.
Afinal, Santo Sospir testemunhou váaarios casos de amor. Inclusive um triângulo amoroso de anos e anos a fio entre Francine, Cocteau e o namorado dele (o pobre do Alec, marido da Francine, mal frequentava a vila e nem aparece nos "bafões" que nos são revelados durante a visita :D ).
 Conforme a gente vai avançando casa a dentro, as paredes se mostram mais e mais pintadas.
 O fauno é figurinha recorrente tanto nos desenhos quanto nos maravilhosos mosaicos do jardim.
 O desenho de Cocteau no hall de entrada da casa (acima) acabou virando o belo logotipo da casa, depois que ela também foi convertida em museu.



OIhaí os personagens do grande ménage da vida real ;)
Na casa, não escapou nada: paredes, escadas, camas, cabeceiras, armários, cinzeiros... tudo tem a marquinha de Cocteau.


 Gostamos tanto da visita que acabamos ficando ali mais tempo do que se supunha - até porque, não bastasse o interior ser genial, o jardim ainda tinha uma vista divina para o mar. Recomendo muito, muito mesmo.
A visita custa 14 euros por pessoa e reservas prévias são absolutamente obrigatórias.

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