18 de dez. de 2012

Antártida: pisando propriamente no continente antártico em Portal Point

 Foi uma baita surpresa descobrir, já no segundo dia do cruzeiro no Polar Pioneer, que muito mais gente tinha embarcado na viagem interessado em pisar no sétimo continente (que é como os gringos contam) que em alcançar o solo antártico em si. Vários sequer sabiam quem tinham sido Shackleton, Scott e afins. Mas cada um, cada um, é claro.
 Por isso mesmo nosso segundo desembarque no primeiro dia oficialmente na Antártida, em Portal Point, teve um gostinho mais especial para todos eles: ali estávamos, de fato, pisando no CONTINENTE Antártico em si e não mais na parte insular (na volta ao barco vários diziam "checked!" uns para os outros e muitos tiraram a primeira foto ali fazendo o número sete com as mãos, inclusive).
 Para mim, além da emoção de estar desembarcando pela segunda vez no mesmo dia no meu tão sonhado destino, e de estar pisando no meu "sexto" continente (no quesito "continentes", ainda me falta a Oceania, #shameonme), o melhor de tudo é que o tempo tinha ficado espetacular, com um sol divino abrindo logo depois do almoço.
Desembarcamos dos zodiacs nas rochas...
... direto montanha acima. Light, só que não o.O
 Desembarcamos para uma caminhada ao lato da colina coberta por neve (afundando as pernas até o joelho nela em grande parte da caminhada) e chegamos lá em cima com tanto calor provocado pela mescla esforço físico + sol forte que vários de nós tiramos as jaquetas (e vou dizer pra vcs que, contrariando todas as minhas expectativas, tirei a jaqueta em várias outras oportunidades durante a viagem, viu?)
 A vista era nada menos que espetacular. Era um tal de clic,clic,clic,clic frenético.



As pegadas gigantes porque a gente afundava até o joelho na neve
 Desci e fui com Don, o genial expedition leader neo-zelandês sessentinha, a uma lagoa logo ao lado da montanha principal. Sentamos para apreciar a beleza local quando um trio de pinguins saiu do lago e veio, cambaleante-e-fofamente-tropeçante como eles sempre fazem, literalmente em nossa direção. Lindo, para dizer o mínimo (fiz um filminho, vamos ver se depois consigo subir aqui).
O Don sentadinho, esperando a vinda dos fofuchos

E o trio se fazendo de difícil antes de ficar face-to-face com a gente
Saindo de Portal Point, o passeio ainda não tinha terminado, não: embarcamos nos nossos zodiacs não para voltar ao navio mas, sim, para fazer um liiiiindo zodiac cruise por entre os fenomenais icebergs da região.


 Estávamos tão encantados com tantas formas diferentes e a cor tão azul-intenso de alguns deles que o meu zodiac foi simplesmente o último a voltar para o navio; passamos exatas duas horas circulando entre eles e até vimos uma foca e vários pinguins gentoo em meio àquele espetáculo de cores. Mas vê se a gente não tinha razão...






John, o guia e melhor zodiac driver EVAH, pergunta pra gente: "quem quer andar sobre água do mar congelada?" :)



Dona Foca lagarteando ao sol em Portal Point


 A tarde tinha se tornado tão espetacular que, ao voltarmos para o Polar Pioneer, a maioria de nós ficou na proa, alguns já com drinks, outros, como eu, com café quentinho em mãos, apreciando por muito tempo a beleza da navegação enquanto atravessávamos o estreito de Gerlache, com essa visão abaixo, de camarote, até ouvirmos o chamado para o jantar.
Como bem disse o John, um dos guias, não poderíamos ter desejado um primeiro dia na Antártida mais lindo do que esse.

8 comentários:

Viaje com a Flora disse...

Menina, to apaixonada pela sua viagem.

Unknown disse...

Uau! ��

Mari, perguntinha: a passagem do Drake é mais tranquila em avios maiores?
Bj
Lena

Mari Campos - Pelo Mundo disse...

Em teoria, sim, Lenoca. Os navios seguem a mesma lógica dos aviões: em princípio, quanto maiores, mais estáveis e menos suscetíveis aos "agitos". Então a gente, no menorzinho, sentiu mais, é claro. Mas o Drake costuma ser puxado e difícil mesmo para navios maiores.

Nathalia Depolo disse...

Mari, tenho uma dúvida (que pode ser idiota, mas vou perguntar assim mesmo, rs...): Não é arriscada essa aproximação aos icebergs não? Não correm o risco de virar e levar o barquinho junto?

Mari Campos - Pelo Mundo disse...

Nathalia, a gente não pode chegar tãaaao perto porque corre o risco de algum pedaço de gelo se despreender e cair sobre o bote. Mas os guias são super experientes e mantém uma distância sempre segura. Quando o iceberg é pequenininho, eles até passam bem pertinho que sempre alguém pede pra passar a mão ;)

Lu Ferreira disse...

Novelinha da boa! To até coçando!

Unknown disse...

Tks ��
Lena

Lillian Brandão disse...

Simplesmente sensacional. A viagem, os relatos, as fotos, os animais, tudo! Cada vez mais com vontade de fazer essa aventura!

Beijos,
Lillian.