8 de ago. de 2010

Pais e filhos


Hoje é dia dos Pais. Então, em primeiro lugar, parabéns a todos os pais - principalmente ao meu :-) Embora eu tenha sido acostumada, desde pequena, a dar muito mais importância para o que acontece durante todo o ano do que especificamente para essas datas do calendário comercial, impossível não se deixar levar pelo apelo do dia (aliás, bastou eu chegar nessa quinta-feira à noite no Brasil para já ser bombardeada por anúncios e falatórios sobre o assunto).
Felizmente, um costume que faz parte há tempos da vida de europeus e norte-americanos finalmente começa a tomar corpo no Brasil: as viagens de pais e filhos. Na verdade, são segmentos bem definidos no exterior e muitas agências de viagem estão se especializando em roteiros ultra bem bolados para viagens entre pai e filho, mãe e filha, pais e filhas e mães e filhos, incluindo ideias muito bem pensadas para pais que viajam com crianças, com adolescentes ou com filhos já adultos.
Aqui no Brasil faz só uns dois anos que essa ideia começou a pegar – e ainda falta muito pra chegar no nível do entendimento europeu, por exemplo, sobre o assunto. Até porque os brasileiros, de um modo geral, começaram a viajar de fato há muito pouco tempo; enquanto europeus viajam desde sempre praticamente, seja para acampar, para roteiros em trailer, pacotes ou viagens independentes. Nós agora estamos, finalmente, aprendendo como viajar é bom e adaptável para qualquer orçamento. E, sejamos francos, uma viagem entre pai e filho – mesmo que uma simples escapada de final de semana – sem dúvida interfere no relacionamento entre as duas partes. Mesmo que haja desavenças e diferenças no estilo de viajar (nada mais comum), tudo conta como crescimento para a relação.
Estive viajando sozinha com meu pai, por exemplo, pela primeira vez, em julho passado – passamos seis dias juntos em Madri. Temos gostos e estilos muito diferentes – pra comer, pra passear etc - entao encontramos um hotel que atendesse às expectativas e aos orçamentos de ambos, buscamos restaurantes pelos quais os dois se interessaram (meu pai, infelizmente, nao curtiu muito o esquema "salir de tapas"...), fizemos passeios legais (de museus e parques ate tourada). Eu, que já conhecia bem a cidade de outros carnavais, mostrei as coisas que acho mais legais para ele, que a visitava pela primeira vez. Mas também soubemos, e muito bem, nos separar quando necessário, quando queriamos fazer coisas distintas –afinal, se as pessoas têm propósitos e gostos diferentes, não é porque viajam juntas que precisam passar 24h por dia grudadas. Companhia de viagem é bom, mas saber entender e manter a independência sua e do outro é melhor ainda.
Feliz dia dos pais pra voces e seus pais, com muitas viagens no horizonte, de preferencia.

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