Foi quando eu estava em Torres de Paine, em meados de novembro desse ano, que eu ouvi falar de Tortel pela primeira vez. Imagine só: uma cidade chilena na qual carros, bikes e outros meios de transporte do gênero são proibidos. Claro que eu tinha que conhece-la.
Caleta Tortel é uma adorável cidade de Aysén, a patagônia norte, construída às margens de lago e mar nas encostas de morros da região - e total, total, totalmente comunicada somente por passarelas e escadarias de madeira.
É assim que todo mundo lá vive o dia-a-dia: subindo e descendo as muitas passarelas construídas por lá, incialmente pelos habitantes de Chiloé que chegaram ali para trabalhar com a madeira local.
O único meio de transporte ali são mesmo os barquinhos, que, além de suprirem os moradores locais com mantimentos, levam os turistas para pescar, passear pela esquisita Isla Muertos e até chegar pertinho, pertinho dos glaciares da região.
O visu é do típico mais bucólico impossível, uma fofura.
Mas é fundamental ter em mente algo do qual não tínhamos sido avisados ao chegar a Tortel: as passarelas e escadarias são muito, muito íngremes - deixe a bagagem no carro, que fica no estacionamento gratuito à entrada da cidade, e leve somente a muda de roupa da qual você precisa para as noites em que se hospedará por ali. Pelo seu próprio bem.
Sentiu? Ficamos com as panturrilhas "lembrando" de Tortel por um belo par de dias.
Mas os moradores tiram de letra, impressionante.
O único cuidado deve ser à noite: a cidade não tem iluminação pública, então nunca saia para jantar sem levar um lampião ou lantera com você.
Mas sabe a lembrança mais fofa que eu tenho de Tortel? Essa adorável família, que cuida de cada hóspede com o maior cuidado no fofíssimo Entre Hielos Lodge, a melhor surpresa da viagem em termos de hospedagem.
Pequenininho mas MUITO charmoso, o hotel tem cada detalhe pensado por sua proprietária, a jovem arquiteta ubber talentosa Maria Paz, que também serve pessoalmente os hóspedes durante as refeições, com ajuda do maridão e os encantos da linda filhota Valentina. Atendimento cálido e cuidadoso como a gente só vê nas melhores pousadas de charme do Brasil.
Sem falar da decoração super caprichada, com todos os móveis e detalhes projetados pela própria Maria Paz, um luxo.
Infelizmente, passei uma única noite por ali. Meu conselho? Fique 3, pra curtir toda a mordomia descompromissada do lodge e ter tempo para conhecer todas as belezas naturais das redondezas. Vai por mim.
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