Lembra do papo das cidades de uma vez só de meados de julho? Pois volto a bater na mesma tecla: acho que nenhuma cidade pode se dar por encerrada para um viajante. Ou, melhor: na minha modesta opinião, toda cidade merece ao menos uma segunda chance.
Estive em Milão pela primeira vez em 2005. Eu já conhecia – e amava – várias outras cidades italianas, visitadas em outras viagens, e ficamos uns dias na cidade na volta de uma deliciosa viagem pela Grécia. Era julho, fazia muito calor. E eu fiquei comparando Milão o tempo todo com minha amada Florença, ou Roma, ou Nápoles, ou Veneza, ou...wherever. Não é que eu não tenha gostado de estar ali; mas os dias à milanesa foram bastante decepcionantes, então.
E daí voltei eu a Milão, pruma viagem-rapidinha, exatos seis anos depois. E então eu tinha mudado muito, muito mais que a cidade nesse período. Estava morrendo de saudades da minha amada Itália e foi só desembarcar no aeroporto, debaixo de chuva e tudo, pra ficar feliz. Cheguei tarde da noite, fiz check in num hotel maravilhoso e, ainda assim, saí para dar uma voltinha. Extasiada como se fosse a primeira vez.
Porque, afinal, nessa última visita eu não fiquei comparando Milão com outras cidades italianas que me são tão queridas. Milão é Milão, oras! E Milão é, a seu jeito, incrível. É como querer comparar São Paulo com o Rio ou com Salvador ou com Ouro Preto. NÃO DÁ. Cada uma é linda e fascinante do seu jeito, e pra cada pessoa por um motivo diferente. Eu parei de procurar coisas das outras cidades em Milão e me dispus a simplesmente ENTENDER a beleza de Milão. E que beleza eu achei.
Não tô falando do Duomo, que, particularmente, eu sempre achei mais bonito, muito mais que o de Florença, por exemplo. Nem do desbunde do Scala, um dos teatros mais maravilhosos no mundo, na minha opinião. Tô falando do prazer de andar pelas suas ruas e ouvir muito mais milaneses (uia!) que turistas. Das pessoas lindas e elegantes o tempo todo, das socialaites aos mendigos. Do italiano gostoso e cantadíssimo que todo mundo fala. Da baita oferta musical e cultural em geral. Das lojas-desbunde da Montenapoleone e adjacências. Da Puorta de Venezia no meio da avenida. Das ruelas super sossegadas, sempre com uma lambreta aqui e ali, no meio do vuco-vuco do centro, como se estivessem num universo paralelo. Dos restaurantes estrelados. Dos drinks mais caros mas mais caprichados em todo canto. Do autêntico risotto a milanesa, amarelinho, amarelinho. Das vinotecas estupendas. Do ritmo de vida que parece parar no gramado da Villa Comunale. Do trânsito mais intenso mas mais civilizado do que eu já vi em qualquer outra cidade italiana.
Bom, mas essa sou eu. E essa é a MINHA nova Milão.
O que eu quero dizer é: não risque uma cidade do seu mapinha, não. Se ela te conquistou de cara, volte sempre. Se os santos não bateram, dê, ao menos, uma segunda chance à pobrezinha. Você pode se apaixonar também ;-)
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11 comentários:
Descobrimos mais um mandamento do mundo dos viajantes: sempre dareis a segunda chance aos lugares! Concordo com vc, Mari!
É Mari, por isso que eu não consigo riscar nenhuma cidade da minha lista....como é bom voltar para um lugar e ver que ele pode superar todas as suas expectativas! :-D
bjus!
Eu adoro Milao, exatamente por causa dos varios motivos que vc citou. Milao é muito mais italiana do que Roma, onde vc só ve turistas. Nos divertimos muitissimo na ultima semana ( sim, 7 dias inteiros), que passamos la.
Por favor, poderia informar o hotel em que se hospedou? Ou dar uma dica sobre localização em Milão?
Por favor, poderia informar o hotel em que se hospedou? Ou dar uma dica sobre localização em Milão?
Por favor, poderia informar o hotel em que se hospedou? Ou dar uma dica sobre localização em Milão?
Por favor, poderia informar o hotel em que se hospedou? Ou dar uma dica sobre localização em Milão?
Mari,
Acabei de comprar passagens para um final de semana em Milão. O preço já não estava mais uma pechincha porque não compramos com a antecedência devida. Falha nossa! Ainda assim o preço é convidativo.
Vamos de RyanAir, descemos em Bergamo. Estavamos com receio de ser demorado e tumultuado o trajeto até o centro de Milão. Depois de ler o seu post vamos sem preocupação!
Estou louca para um “autêntico risotto a milanesa, amarelinho, amarelinho” e Paco quer comer uma pizza de verdade, ícone da culinária que ele aprendeu a apreciar em São Paulo, claro. Vai rolar uma comparação entre cozinha italiana e ítalo-brasileira!
Você me deixou com muita mais vontade de conhecer Milão!
Sempre leio o seu blog! D+
obrigada por escrever!!
Sandra
que bom, Sandra B! estive novamente na cidade em abril passado e ainda essa semana entrarão no ar aqui novos posts sobre Milão ;)
Maravilha, Mari!!
esperarei os novos posts
Olá, Sandra! Meu nome é Valéria. Também chegarei em Milão, agora em novembro, da mesma maneira que vocês, pois quero dar uma volta para conhecer o a área histórica de Bergamo. Depois, eu e meu marido iremos para Milão naquele ônibus que sai do aeroporto(bilhetes já comprafos).
Gostaria de saber se foi tranquilo, se você fez essa chegada numa boa. Que tal foi?
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