12 de mar. de 2012

Wadi Rum: o incrível deserto jordaniano

Os paredões que encantam alpinistas
 Tudo que eu lia sobre a Jordânia antes de embarcar incluía o "fascinante deserto de Wadi Rum". Então é claro que eu incluí o dito cujo no roteiro. Eu só não fazia ideia do quão fascinante ele era de verdade.
 Quem acompanha o blog sabe o quanto eu adoro desertos. Não hesito em apontar o Atacama como um dos lugares mais lindos do planeta (ao menos da parte do planeta que eu já conheço :-D) e tenho lembranças inesquecíveis de desertos na Tunísia (ah, o Saara!), no Marrocos, na Namíbia e em outros cantinhos.  Não foi diferente em Wadi Rum. Aliás, eu fiquei tão impressionada com o deserto jordaniano que cheguei a questionar a primazia do Atacama no meu coração ;-))))
Lawrence da Arabia esculpidinho na pedra
 Como agora é inverno na Jordãnia, os acampamentos no deserto para pernoite não estavam funcionando - só funcionam no verão. E também, honestamente, nem sei se eu ia topar, que são esquemas assim, digamos, bem rústicos; sei lá. Não tem nada no esquema glamping, mas a maioria das pessoas que experimentou a dormidinha no deserto achou bacana.
 Anyway, atividade diurna no deserto é que não falta: caminhadas, cavalgadas, cameladas, tours em 4x4, sobrevoos em parapente, balão (os dois últimos não rolam no inverno). Tem de tudo. Eu fiquei com o tradicional: o tour em 4x4 de tarde, terminando só depois do por-do-sol (dica: peça sempre pelo tour que começa após 15h30, assim dá pra vc ver não só o por-do-sol no meio do deserto como o céu se encheeeeeeeendo de estrelas quando vc retornar à base).
A tenda de beduínos que recebe turistas 
 A base em Wadi Rum é bem estruturadinha, com pontos de reunião para grupos, quiosques para venda de tours e infos, banheiros etc. O tour é cobrado por veículo; então quanto mais gente no mesmo veículo, mais barato sai, é claro - você pode contratar privativo ou, como faz a maioria, se oferecer pra se juntar a um outro passeio que tá saindo.
Chá com beduínos - e com viajantes do mundo inteiro
 Os carros são bem antiguinhos (umas toyotas lá dos anos 90), mas funcionam bem. Durante 3 ou 4 horas (depende do tour comprado) a gente faz um rallyzinho adorável pelas areias de Wadi Rum, com a paisagem mudando de longos descampados para dunas super altas e de dunas super altas para rochedos impressionantes que se erguem no meio do deserto, chegando a quase dois mil metros de altura. E isso tudo com um grupo de trekkers passando aqui, uma turma em camelos ali, outra em cavalos acolá.
 Os motoristas são todos beduínos que vivem no deserto. O meu era gente boíssima, embora falasse muito pouco inglês - mas o suficiente pra gente se comunicar no esquema me-like-desert. E era super bom motorista também, mesmo nas subidonas mais puxadas.
 O tour foi em parte prejudicado porque pegamos um trecho com tempestadica de areia e não podia abrir vidro nenhum nem descer; mas a paisagem continuava divina. Depois, quando alcançamos áreas de calmaria, ele parava pra gente descer, mostrava os paredões que alpinistas profissionais escalam como treinamento, as pedras coloridas que as beduínas usam para fazer maquiagem para o rosto e outras coisinhas.
Os 4x4 que fazem o tour, com os sete pilares da sabedoria do Lawrence ao fundo
 No meio do passeio, a gente para numa tenda de beduínos - montada pra isso, obviamente - e alguns deles recebem os turistas (paramos 3 carros simultaneamente na mesma barraca) pra tomar um chazinho free e bater um papinho tambem no esquema me-like-tea. Enquanto o papo vai rolando - éramos jordanianos, argentinos, espanhóis, franceses, uma alemã e eu de brazuca - fica uma barraca montada com produtos que eles vendem, de lenços para turbantes à la Lawrence da Arabia a kajal para os olhos e chá.
Os sete pilares da sabedoria do Lawrence da Arabia

O beduíno motorista super chapa e o nosso carro



As "pontes" que se formam nas pedras podem ser atravessadas nos trekkings mais puxadinhos



 Depois de mais uma zanzada linda entre pontes de pedra que se formaram naturalmente e rochas com formatos mega curiosos, esculpidos pela chuva e pelo vento, a gente para numa duninha divina para ver o por-do-sol de camarote.
Lindo, lindo, lindo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Merece a pena visitar o Wadi Rum! Lindas fotos do deserto. Seguro que é um lugar incrível!
Saludos
Carmen

Majô disse...

Marizinha, es-pe-ta-cular !!!! Dá vontade de pegar o avião e ir amanhá para lá :lol:

CarlaZ disse...

Incrível mesmo! Fiquei com muita vontade de ir. Sabe que nunca fui num deserto? Nem no Atacama!
Ai essa listinha que não pára de crescer...

Bjo

Moêma disse...

Dormir em tenda beduína em Wadi Rum "não tem preço!". No verão é hard. Estive em julho de 2011 e durante o dia a temperatura passava dos 60º C. À noite caiu para uns 40ºC, com um detalhe: as tendas são de lã e como não tem luz, também não tem ventilador (ar condicionado não esperava eheheh). Meu filho optou por dormir ao relento.
À noite é servido um jantar (a luz de lamparinas) e a comida foi a melhor que comi em uma viagem que incluiu Israel, Palestina, Egito e Turquia.
Por isso, recomendo muitíssimo a experiência de dormir no deserto de Wadi Rum, mas é preciso ter um espírito aventureiro.

Carmem Silvia disse...

Não tivemos tempestade de areia. \o/
Mas também não tivemos pôr de sol. :-(
Dirmir na tenda é toda uma experiência... hard and roots!;-)